Feliz e Natal e Próspero Ano Novo

Ermida de Santo António

Após este longo período de ausência e aproveitando este feriado, aproveito para recolocar um post que coloquei no meu anterior projecto, o qual não foi muito divulgado, tanto por ter sido um projecto com pouca durabilidade como eu ainda estava a dar os primeiros passos na blogesfera.

Espero que gostem de mais uma descrição de um monumento desta vila que apesar de algum esquecimento merece ser divulgada e visitada.


Esta Ermida situa-se no Rossio da vila e orientada para Sul e defrontando o rude cruzeiro de mármore com a habitual insígnia de J.N.R.J.. Base de xisto e degraus de alvenaria, a Ermida foi fundada em 1657, por um grupo de devotos dirigitos pelo cavaleiro da Ordem de Cristo, João Nunes Ribeiro, tendo sido concluída com uma cerimónia em 25 de Março de 1660, dia de Nª Sª da Encarnação. Sofreu algumas ruínas com o terramoto de 1755, as quais foram reparadas às custas da mesma mesa que a fabricou.

Construída com uma arquitectura muito singela e ruralista, tem portal vulgar, ladeado por bancos destinados a romeiros, uma pequena luneta axial, beiral direito sobrepujado pela espadana de sino de bronze e cunhais ligeiramente inclinados. O corpo da nave com o seu telhado de linhas radiadas e capela-mor recuada forma como todo o resto um todo muito pitoresco.
Na frontaria subsiste a lápide de mármore branco, evocando os seus fundamentos históricos:

JOÃO NVNES RIBRº CAVALEIRO
PROFº DA ORDEM DE XPº MEL
SILVRº DA VEGA. BAXILIO ME
DES. MEL FRVSCA ESTA IG
GREIA DO SANTO A SVA CVSTA CO
MECADA EM AGOSTO DE 1657 AN
NOS. E ACABADA EM 24 DE MAR
CO DE 1660 CELE BROV SE NELA
A Sª MISA DA ENCARNASÃO
DA SRª A 25 DO MÊS DE MARÇO
DE 1660 QVE FOI QVINTA FRª DE E
NDOENÇAS.

A nave hoje de cal, deixa ver vestígios de pinturas a fesco e rodapé de apainelados geometrizantes, de tinta de água, possui apenas o velho púlpito coevo de fundação, de base quadrada, chanfros e fuste de mármore brancos e negros, e a grade férrea forjada com cancelos cilindricos. Nas paredes teve dois altares colaterais, ainda existentes no ano de 1758. Um inonimado e o de Nª Sª do Rosário, com seus irmãos, escultura que hoje é venerada no presbétero.

A capela-mor de acanhado arco-mestre, é dividida em três corpos de tectos e arcadas planas. Mantem um curioso retábulo de talha dourada e policromada, do estilo barroco, aparentemente dos mais arcaicos do seu tipo, tendo ao centro a escultura de Santo António e nas laterais S. Vicente Férrer e S. Bento.
Sendo uma pequena ermida, tendo de nave 7.40 x 7.35m e de capela-mor 4.05 x 3.60m. Vale uma visita, uma vez que foi feita com poucos recursos logo muito pobre de arquitectura, mas digna de vida.